domingo, 24 de janeiro de 2010

São Paulo: Apóstolo que combateu a desordem e a imoralidade pagã


A história do Apóstolo São Paulo é rica em pormenores saborosos. E um traço característico é que se trata de uma história de violência.

Saulo foi um homem violento na perseguição à Igreja nascente, que ele queria exterminar.

Respirava violência e desejo de extermínio, era famoso pela sua violência e um inimigo radical dos católicos.

No caminho para Damasco, ocorreu aquele acontecimento violento: Saulo, Saulo, por que me persegues?

Ele caiu do cavalo, ficou cego e indagou:

–– Quem sois, Senhor?

— Eu sou Jesus, a quem tu persegues.

— Senhor, o que quereis que eu faça?

Ele foi curado, começou a ver e tornou-se pronto para a luta. Uma mudança completa e estrepitosa: passou a pregar o nome de Jesus, que antes perseguia.

É o líder da violência, que muda com toda a sua radicalidade para o outro lado.

Para o apostolado, ele empreendeu inúmeras viagens, enfrentou riscos e operou conversões extraordinárias. Com isso abriu um sulco sobre o qual a Igreja Católica se desenvolveu.

Depois agiu violentamente contra o Império Romano, foi o primeiro passo para a derrubada do paganismo.

Até no final de sua vida, foi santamente violento em relação a Deus Nosso Senhor, quando bradou: "Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé. Já me está preparada a coroa da justiça."

É uma espécie de atestado brilhante que ele dá de sua própria fidelidade. É como um homem de consciência tranqüila que se apresenta diante de Deus.

Os católicos moles gostariam de qualificar isso como falta de humildade. Mas, como foi o brado de um santo, não têm remédio senão ficar quietos.

O católico amolecido não gosta de conversões violentas. Não gosta de cogitar em conversões de homens sábios, de conversões de homens que mudam as coisas.

Devemos pedir a São Paulo essa zelo ardoroso pela causa de Deus. Ele lutou para derrubar o paganismo, nós devemos ter essa santa violência para derrubar em nossos dias o mal que está no auge, mais poderoso que o paganismo no tempo dele.


(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 25/01/1965, in "CATOLICISMO", junho de 2008)

Desejaria receber atualizações instantâneas e gratuitas de "Luzes de Esperança" em meu email

domingo, 3 de janeiro de 2010

Os três Reis Magos e alguns pastores: grandes e pequenos junto ao berço do Menino Jesus


Quis a Providência que o Menino Jesus recebesse a visita de três sábios — que segundo uma venerável tradição eram também reis — e alguns pastores.

Precisamente os dois extremos da escala humana dos valores.

Pois o rei está de direito no ápice do prestígio social, da autoridade política e do poder econômico, e o sábio é a mais alta expressão da capacidade intelectual.

Na escala dos valores o pastor se encontra, em matéria de prestígio, poder e ciência, no grau mínimo, no rés-do-chão.

Ora, a graça divina, que chamou ao presépio os Reis Magos do fundo de seus longínquos países, chamou também os pastores do fundo de sua ignorância.

A graça nada faz de errado ou incompleto. Se ela os chamou e lhes mostrou como ir, há de lhes ter ensinado também como apresentar-se ante o Filho de Deus.

E como se apresentaram eles? Bem caracteristicamente como eram.

Os pastores lá foram levando seu gado, sem passar antes por Belém para uma “toilette” que disfarçasse sua condição humilde.

Os Magos se apresentaram com seus tesouros — ouro, incenso e mirra — sem procurar ocultar sua grandeza que destoava do ambiente supremamente humilde em que se encontrava o Divino Infante.

A piedade cristã, expressa numa iconografia abundantíssima, entendeu durante séculos, e ainda entende, que os Reis Magos se dirigiram para a gruta com todas as suas insígnias.

Quer isto dizer que ao pé do presépio cada qual se deve apresentar tal qual é, sem disfarces nem atenuações.

Pois há lugar para todos, grandes e pequenos, fortes e fracos, sábios e ignorantes.

É questão apenas, para cada qual, de conhecer-se, para saber onde se pôr junto de Jesus.
___________________


Excertos de artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Catolicismo, dezembro/1955

Desejaria receber atualizações instantâneas e gratuitas de "Luzes de Esperança" em meu email